16 de jul. de 2012

Autobiografia em números / I - Preâmbulo: Por que diabos eu fui me meter com numerologia?




Inicio agora uma série de posts nos quais analisarei meu próprio mapa numerológico em forma de autobiografia. O objetivo é demonstrar o mapa numerológico de forma viva, pessoal e verdadeira. Dúvidas e questionamentos serão sempre bem vindos. Alguns nomes de pessoas que passaram pela minha vida serão trocados para preservar suas identidades.


I - Por que diabos eu fui me meter com numerologia?


Esse negócio de ser “esotérico” (cof, cof) não combina comigo. Sou rebelde, desbocado, irritadiço e outras coisas mais que não combinam com o arquétipo de guru da nova era, terapeuta alternativo, conselheiro espiritual ou coisa que o valha. Minhas ocupações por vocação e alma são a música e a literatura, e a tradução literária por vocação e prática. Mesmo assim, acabei enveredando por exatos dez anos pela prática profissional de análises numerólogicas e leituras de tarô.

Mas por que diabos eu fui me meter com numerologia?

Tudo começou através da música. Em 1985 comprei o disco “Remota Batucada”, da compositora May East, que trazia melodias de sonoridades orientais e exóticas com letras cheias de referências a seres elementais, magia e dimensões paralelas. Com esses temas na cabeça, um dia parei em uma daquelas feiras de livros que de vez em quando acontecem na Cinelândia e vi um livro chamado “Magia Egípcia”, de E. A. Wallis Budge. Curioso, comprei.

E aí surgiu uma coleção de banca de jornal, daquelas cujos fascículos saem toda semana e depois você encaderna e transforma em uma enciclopédia ou algo assim. Acho que nem existe mais esse tipo de coisa no século XXI, sei lá. Bem, a tal coleção se chamava “A Sua Sorte” e apresentava vários tipos de oráculos e sistemas divinatórios e esotéricos: tarô, astrologia, i-ching, numerologia, runas, entre outros.

O i-ching e a numerologia me impressionaram mais, apesar de minha inicial decepção com ambos. É que ambos me disseram o que eu não queria ouvir. O i-ching eu consultei querendo saber das minhas chances de conquistar uma menina linda com cabelo de ninho de rato chamada Mariana. Chance zero, de acordo com o hexagrama resultante, nem lembro qual. Mas era verdade: com certeza eu (gorducho, andrógino e esquisito) não teria condições de conquistar uma das meninas mais lindas da escola. Não quero tripudiar, mas ela era burríssima, apesar de boa gente. Enfim, o i-ching me respondeu com um hexagrama bastante desanimador que deixava claro que minha chance era zero. Puto da vida, joguei de novo aqueles “dadinhos” insolentes que ousaram me dar a resposta “errada”. Aí veio o tapão na venta: Hexagrama 4, A Insensatez Juvenil, cujo texto se encerra com o seguinte recado: “O oráculo responde a cada pergunta apenas e somente uma vez. Insistir é ser inoportuno”. Cataploft!

Senti que alguma coisa tinha naquilo. Alguma inteligência, força, o que fosse. Algo. Fiquei intrigado.

Na numerologia o que me impressionou foi a perfeita coerência entre os números encontrados nos cálculos e as personalidades analisadas em questão. A coisa foi crescendo naturalmente, de modo que comecei a fazer mapas numerológicos de familiares, amigos, tudo com a intenção de pesquisar e aprender, mas aí o boca-a-boca começou a rolar. Logo me vi recebendo pedidos de consultas do amigo do vizinho do afilhado da professora de um conhecido de minha tia, e naturalmente disse que não rolava, e que não ia fazer. Mas os pedidos continuaram, e me oferecendo pagamento. Então pensei, por que não? E assim comecei o período de uma década durante o qual atendi como numerólogo e tarólogo. Parece até que foi uma encarnação passada de tão distante essa época é para mim.

E o que a numerologia disse que eu não queria ouvir? Basicamente que meu caminho do destino 25/7 implicaria uma vida de gauche: uma vida solitária, isolada, diferente, peculiar, introspectiva. Quando li isto aos 16 anos de idade, imaginei minha vida como sendo uma vida de velho, chata, burocrática, mas não foi/é nada disso. Hoje sei que sou gauche mesmo, sou solitário (embora geralmente acompanhado), individualista e introspectivo, mas vejo essas coisas agora pelo lado bom. Eu não gosto mesmo de estar em meio a muita gente, multidões etc., e meus trabalhos todos dependem de introspecção e abstração, características típicas de uma vida marcada pelo número 7. Veremos as posições do meu mapa uma a uma nos posts seguintes.

E foi assim que comecei minha perene relação com a numerologia (e o tarô, a magia e tudo mais).

No próximo post começo a análise propriamente dita de minha biografia à luz do mapa numerológico. Até lá!

Texto de Johann Heyss. Não reproduza sem mencionar o autor e o blog.

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