28 de abr. de 2011

Prefácio de Nei Naiff para O LIVRO DOS NÚMEROS

Acabo de receber a terceira edição de "O Livro dos Números". Para um livro tão hermético, ele tem uma boa venda, constante. Fico feliz com isso.

Reproduzo abaixo o prefácio escrito por Nei Naiff para este livro.

"Eu sou da opinião que depois da descoberta do fogo e da roda, nada se compara à da eletricidade; podemos assegurar que a introdução desse tipo de energia foi a alavanca para o homem moderno e toda sorte de tecnologia que se possa imaginar. Existe algo que não esteja direta e/ou indiretamente ligado ao conceito de eletricidade? Não. Sem ela ainda estaríamos andando de carroça ou lendo este livro à luz de velas. Contudo, não é somente um vertiginoso crescimento tecnológico que estamos vivendo, pois com o advento da eletricidade incrementou-se o capitalismo que, por sua vez, instaurou a máxima time is money.

Você pode estar pensando: "E eu com isso? Você está falando o óbvio! Eu quero aprender logo a numerologia! Onde está a página que faz o cálculo e a outra que interpreta?"

Calma. A rapidez com que a sociedade tem se desenvolvido desde o final do século XIX fez com que o homem mudasse por completo seus hábitos seculares de aprendizado, quando havia tempo para pesquisar, elaborar e perceber o que poderia estar além das palavras escritas. A maioria das pessoas de nosso tempo decora palavras, não estuda nem entende o significado até do que foi memorizado; por isso, necessita de colas durante as provas escolares porque o simples fato de formular novas visões e/ou conjeturar faz com que elas não entendam nada!

Pois é, esse foi o efeito colateral que a humanidade trouxe ao homem: a necessidade, para não dizer a ansiedade, de conhecer rapidamente, para não colocar de modo superficial, tudo o que for possível em apenas um livro, quero dizer, em algumas folhas. Que tal um e-mail? Isso pode ser bom para um manual de televisão... Hum, vejamos como funciona... Onde está a tecla que liga?... Interessante como criamos o hábito de ler o manual antes de observar o produto; curioso como a primeira pergunta de um aluno é se haverá apostila, como se ela substituísse as centenas de explicações que um professor pode dar. Você mesmo deve ter ido para o meio deste livro antes de ler este prefácio, não é verdade?

Você pode estar refletindo: "Ora, não tenho tempo para nada! Acordo, vou trabalhar, almoço, sigo para o colégio e, quando chego, ainda tenho que conversar com minha família; no final de semana, tenho que namorar, conversar com os amigos, sair, ir ao cinema, festas... Não, não tenho tempo..."

Concordo que um dos grandes problemas do homem moderno é a necessidade de assimilar rapidamente a avalanche de informações que transformam o mundo social, científico ou tecnológico todos os dias; sem conter a extenuante administração da vida pessoal, familiar e profissional que forçou os conceitos esotéricos e a devoção religiosa a estarem em segundo plano. Com certeza, de um lado isso proporciona benefícios para a sociedade, pois conseguimos desenvolver um ritmo frenético de criação tecnológica que gera melhorias para o bem-estar social e maior expectativa de vida. Podemos perceber que em menos de um século conseguimos acumular conhecimentos científicos que raramente outra sociedade antiga tenha obtido. Contudo, esse ritmo acelerado e o crescente ceticismo e/ou falta absoluta de pesquisa filosófica criaram, infelizmente, alguma deturpação no aprendizado das ciências ocultas e, consequentemente, no seu ensino e literatura.

E é a esse exato ponto que desejo chegar: à superficialidade que atingiu o estudo das ciências ocultas no século XX. O ritmo acelerado fez com que se criassem muitos resumos e, com isso, o conhecimento simbólico foi se fragmentando até o ponto em que a maioria dos estudantes de ocultismo não quer mais pensar e extrair novos conceitos. Embora nunca se tenha escrito tanto sobre esoterismo como nos últimos tempos, mais da metade dessa produção pode ser desconsiderada, pois são compilações, pontos de vista e/ou obras repetitivas com as mesmas informações básicas; raramente se encontra algo inovador, revolucionário e/ou evolutivo que acrescente conhecimento e/ou desenvolva novas técnicas e teorias. Tudo bem, concordo que para o leitor iniciante seja fundamental encontrar uma obra esotérica com referências básicas, mas essa mesma pessoa desejará algo mais profundo, mais esclarecedor ou metafísico em sua próxima leitura, não é verdade?

Neste livro, o leitor iniciante encontra um forte embasamento que vai além da numerologia convencional, e aquele que já ingressou nas leituras do gênero e/ou é iniciado encontra as estruturas ocultas dos números. Um dos grandes méritos desta obra é não se fixas nas famosas tabelas de conversão para a personalidade ou relacionamento, conseguindo relacionar novas considerações sobre a numerologia e nos deixar mais uma possibilidade de estudo na analogia com a cabala, o tarô e a astrologia.

Um dado interessante para os magistas de qualquer segmento que estão acostumados com os básicos diagramas da Árvore da Vida apresentados em qualquer livro e que seguem à risca cada palavra de sua ordem: eles podem se surpreender com a revelação de estruturas subliminares dos quatro elementos, publicados em raras obras, mas que estão implícitas em todos os rituais, é só parar e pensar.

A natureza do presente trabalho deixa claro que o autor não se deteve perante o efeito colateral que a modernidade causou ao esoterismo urbano: o parco conhecimento e a passividade filosófica. Essa fabulosa condição traduz que sua mente esteve continuamente conectada ao mundo mágico e espiritual, extraindo um novo prisma para a utilização dos números. Quem sabe não tenha ultrapassado as fronteiras de seus próprios mestres ou de alguma ordem a que tenha pertencido? Afinal, esta é a função do autoconhecimento: evolução."

Nei Naiff, primavera de 2002

(Nei Naiff é tarólogo, astrólogo e escritor. Seu site fica AQUI)


18 de abr. de 2011

Os números e os mitos

É possível conectar os números enquanto símbolos a qualquer outro tipo de símbolo. Neste post vamos abordar a conexão entre os números e alguns dos mais conhecidos mitos gregos. Fazer esse tipo de correlação é bom para exercitar o conhecimento dos arquétipos numéricos. Não significa que possamos calcular um “mito” equivalente à nossa pessoa, mas sim perceber como o mesmo princípio que anima o arquétipo de um número cumpre o mesmo papel na astrologia e no tarô, nos cristais e nas cores, entre outros, e também nos mitos — criações humanas para explicar e nomear princípios da natureza, assim como os próprios números são representações de princípios naturais. 

Número O — Caos 

O espaço aberto, o vazio, o vácuo de onde surgiram Gaia (a Terra), Érebo (as Terras Infernais ou Escuridão Primordial) e Nyx (a Noite) — ainda que alguns digam que esta última tenha se originado em Eros. O Caos não possui forma, é rústico e primitivo, um estado anterior à existência, a matéria que deve ser organizada. O Caos é uma associação óbvia ao número 0, por seu caráter de origem de todos os outros números — em outras palavras, é a origem do mundo como o conhecemos. 

The birth of the world from chaos. (A. Fantalov, water-colour, 1993)


Número 1 — Hélio 

Hélio, filho de Teia e Híperon, é a personificação do Sol. Tão logo raia a Aurora, ele sai guiando seu carro ígneo pela abóbada celeste até mergulhá-lo no oceano à noite. De seus olhos saem raios que iluminam o dia. 

Helius god of the sun, Athenian red-figure krater
C5th B.C., British Museum, London

Número 2 — Selene 

Na mitologia Greco-Romana, Selene, irmã de Hélio, é a personificação da própria lua. Dona de uma libido voraz e insaciável, ela viaja numa carruagem de prata puxada por dois cavalos. 

Selene and Endymion (detail), by Nicolas Poussin
(1594-1665), French Baroque painter


Número 3 - Íris 

Mensageira de Zeus e Hera, Íris viaja na velocidade do vento, e sua função de comunicadora evidencia a ligação com o número três. Além disto, é a deusa do arco-íris, o qual se forma após o encontro do sol (fogo) com a chuva (água) — ou seja, o arco-íris é filho de polaridades extremas e distintas. 

Iris, Athenian red-figure lekythos C5th B.C.,
Museum of Art Rhode Island School of Design


Número 4 - Deméter 

Esta é a própria deusa da terra, elemento do número 4. Deméter regula as estações: quando está alegre vivifica todos os plantios, as águas correm em torrentes, o sol brilha e a natureza sorri. Contudo, Deméter se entristece tremendamente quando é obrigada a separar-se da amada filha Perséfone. Esta separação, que dura quatro meses ao ano, vem a ser o inverno. 



Número 5 — Eros 

Deturpado como um bebê-cupido pela cultura romana, Eros é na verdade representado como um rapaz bonito, alado, que provoca nas pessoas o florescer do desejo e da atração sexual. Um ser altamente instintivo, um dos deuses mais antigos, surgido diretamente do caos. 

Eros by Michelangelo, circa 1601–1602.

Número 6 — Hera 

Hera, mulher e irmã de Zeus, é uma deusa extremamente passional, ciumenta, possessiva, e também conhecida pela capacidade maternal e geradora. Era uma deusa muito cultuada, e dizia-se que sua virgindade retornava a cada ano, ao se banhar no poço Canatus. Protetora do casamento e das mulheres casadas, bem à moda do número 6, que preza acima de tudo a base familiar. 

watercolor by Gustave Moreau

Número 7 — Zeus 

Embora não seja o deus mais velho, é certamente um dos mais respeitados e poderosos. Zeus liga-se a 7 no que diz respeito à reverência, ao culto, e à suprema inteligência de um regulador de costumes e mesmo de leis — até porque, se 8 executa e defende as leis, estas são formuladas na verdade pelo número 7. 

Zeus with eagle & lightning, Athenian red-figure
amphora C5th B.C., Musée du Louvre, Paris


Número 8 — Plutus 

Personifica tanto o aspecto da riqueza e prosperidade do número 8, quanto a justiça que é cega: Plutus foi cegado por Zeus, e assim, apesar de ser muito rico, não vê o valor material das coisas. 



Número 9 — Dioniso 

O deus do êxtase, do prazer, do vinho e dos extremos, Dioniso representa a alegria e os excessos que se encontram também no arquétipo do número 9. Dioniso é também um deus cíclico, que morre a cada inverno e renasce na primavera. É reverenciado através de orgias e embriaguez. Em Dioniso se encontram também as raízes do drama grego. 


Número 11 — Urano 

Deus do firmamento, avô de Zeus e pai de Crono, Urano nunca foi muito adorado pelos gregos antigos, apesar de ser um mito de enorme importância e influência — mais ou menos como ocorre com o número 11, muito pouco reconhecido devido à própria natureza vanguardista de suas descobertas e idéias. As proles de Urano costumavam ser monstruosas, o que às vezes se mostra no número 11 como a interpretação errônea de sua linguagem peculiar, gerando confusão e erro. Contudo, seu papel de abrir caminhos é único, essencial, imprescindível. Urano representa toda a amplidão do céu por desvendar. 

Aeon-Uranus with zodiac, Roman mosaic
C3rd A.D., Glyptothek Museum, Munich

Número 22 — Aristeu 

Sendo 22 um número de multiplicidades, popularidade, agilidade, de grande espiritualidade e consciência do próximo, Aristeu se encaixa como a perfeita correlação do número com o mito. Conhecedor das artes da profecia e da cura, Aristeu é um imortal que protege a caça, cultiva abelhas e azeitonas, além de conduzir rebanhos. A relação de 22 com a terra, e com as viagens por terra, o potencial de cura e visão, tudo isto conecta facilmente o mito grego de Aristeu com o arquétipo do número 22.


Se você quiser mergulhar na relação entre números e os mitos, recomendo O Livro dos Números. Nele esta conexão é apresentada em profundidade.

Texto de Johann Heyss. Não reproduza sem mencionar o autor e o blog.

17 de abr. de 2011

Números, elementos e eras

Há uma relação muito intrigante entre os números e os quatro elementos, revelando conexões ocultas e sutis entre as forças da natureza, os diferentes sistemas de magia e os números. Além disto, é possível entender a evolução da humanidade ao abordar a numerologia de um ponto de vista planetário e histórico amplo. 

Os 4 elementos 

Fogo, o primeiro elemento, é associado ao número 1. O fogo representa o espírito, a chama interna, a purificação alquímica, algo que se encontra além da matéria, além do pensamento e até mesmo além do sentimento; é algo ainda mais abstrato, aquilo que move o sentimento espiritual no ser humano — e note-se aqui que espiritual não tem nenhuma relação obrigatória com religioso, embora as religiões devessem todas lidar com o espiritual — o que infelizmente nem sempre ocorre. O fogo é um símbolo de poder e de belicosidade também: o poder do homem primitivo sobre os outros animais se fez impor através do domínio do fogo, tornando assim os humanos mais poderosos que animais inúmeras vezes mais fortes e terríveis. Hoje em dia a lógica prossegue a mesma: os países mais poderosos são aqueles que detêm mais armas de fogo, as quais geralmente representam o ponto final numa discussão política internacional. 



O símbolo do fogo é uma tocha acesa. 

Água, o segundo elemento, é associada ao número 2. A água representa a emoção, que vem a ser a manifestação material (física) mais próxima do espírito, ou ainda a manifestação espiritual mais próxima da matéria. A emoção fica na fronteira entre o espírito e o pensamento. A água é ondulante, calmante, suave, mas também pode ser uma violenta fonte de terror — basta imaginar uma tsunami. Representa o princípio feminino da adaptabilidade e da persuasão, mas note que, assim como o homem, chamado “sexo forte”, pode usar de sua força para proteger os entes queridos numa demonstração de carinho através da força, da mesma forma uma mulher, chamado “sexo frágil”, pode ser violenta sem uso de força física, mas através de manipulações emocionais. Na verdade, qualidades e defeitos transcendem o sexo da pessoa; estas comparações se dão no plano da psique e do arquétipo, que independem de gênero. 



O símbolo da água é uma taça cheia deste elemento. 

Ar é o terceiro elemento, associado ao número 3. É o elemento das idéias, do pensamento, da criatividade, do raciocínio e da filosofia. Depois da urgência espiritual que não tem nome e da espontaneidade emocional, naturalmente se desenvolve a necessidade de refinar as emoções, ou seja, educá-las, analisá-las —alguns diriam “domá-las”, o que pode ser castrador ou necessário, dependendo do ponto de vista. A grande característica do ser humano é sua criatividade: tudo que há na sociedade foi primeiramente concebido, imaginado, pelos homens e mulheres. Daí que todos os planos, conceitos, racionalizações e ciência têm ressonância no arquétipo do ar. A intuição está ligada à espiritualidade do fogo; ao se tornar menos abstrata a intuição se transforma em sentimento; e ao se pensar no sentimento começa a análise do mesmo — e este é o processo do ar. Ao mesmo tempo em que representa o desenvolvimento do ser humano através da inteligência, o elemento ar evidencia as armadilhas que o intelecto prega, devido às suas limitações. 



O símbolo do ar é uma espada brilhante. 

Terra é o quarto elemento, associado ao número 4. É o elemento mais estável entre todos, o mais previsível, relacionado à matéria, à organização das coisas, à manifestação palpável do conceito que surgiu no fogo, foi filtrado pela água e vivificado pelo ar. O elemento do corpo e da casa, e do sustento de ambos. É o elemento menos refinado e mais essencial de todos. Representa o instinto, que atinge os mesmos fins do raciocínio, sem passar pela complexa mecânica do pensamento. Elemento primitivo, referência de certeza, o chão em que se pisa. Contudo, sua estabilidade, que parece permanente, é fonte de total desestrutura quando algo errado acontece, como um terremoto: sendo o elemento mais firme de todos, a eventual instabilidade da terra provoca danos e traumas piores do que quaisquer outros desequilíbrios dos elementos. 



O símbolo da terra é uma moeda de ouro. 

As 4 eras 

Podemos dividir a idade conhecida da Terra, aquela que reside na memória da humanidade, em quatro: A Era Pré-Histórica, a Era Pagã ou Pré-Cristã, a Era de Peixes ou Cristã, e a Era de Aquário, também chamada de Neo-Pagã, Pós-Cristã ou Era de Hórus. 

A Era Pré-Histórica — Elemento Fogo 

Este é o ponto mais antigo da história que a memória humana pode alcançar. Nesta época, os instintos mais primitivos e não-burilados estavam evidentes, não havia pensamento desenvolvido, e as emoções eram puro instinto. A matéria como a conhecemos hoje tampouco existia, pois o homem não criava a matéria em si: vivia-se a vida em seu estado mais natural, mais puro e mais bruto. O ponto de mutação se deu quando o ser humano descobriu como dominar o elemento fogo: a partir daí, nem mesmo o maior e mais carniceiro dos dinossauros era páreo para aqueles seres que mais pareciam macacos pelados. Período em que a religiosidade era apenas um impulso de reverência a um criador. 

Esta era é relacionada ao número 1, no sentido de ser a primeira, e também por ser a era quando a luta pelo poder era a luta pela própria existência. Este foi o alvorecer da humanidade, quando foi acesa a tocha do espírito, já que antes disso teria havido apenas o Grande Nada — ou seja, o número 0. 

A Era Pagã — Elemento Água 

O conceito espiritual e religioso era ligado à idéia da Deusa como entidade máxima. A divindade era feminina, pois o entendimento do ser humano era de que a mulher, ao dar à luz, criava a vida ela mesma, sozinha. Não se tinha conhecimento então do papel do homem, através do espermatozóide, na concepção. Por isso, como o homem cria a idéia da divindade como sendo aquele/aquela que origina a vida e provê, a polaridade feminina era objeto de outro tipo de respeito, que veio a se deteriorar na era seguinte. Este foi o período das religiões primitivas, chamadas pagãs. O número 2 tem conexão óbvia com o arquétipo da Grande Mãe, da Grande Deusa. 

Era Cristã — Elemento Ar 

Através da ciência e do conhecimento — atributos do elemento ar — descobriu-se a existência e função do espermatozóide e, portanto, do papel masculino na concepção. Isto levou a consciência humana ao culto ao masculino, já que o entendimento de então era que a mulher seria apenas um receptáculo da semente masculina. Voltaram-se então os cultos à idéia de Deus, principalmente às religiões que cultuam o filho de Deus, como as religiões cristãs, ou mesmo as que cultuam o mensageiro escolhido por Deus, caso da religião muçulmana. A relação com o número 3, que é o filho de 1 e de 2, é evidente. Durante a era cristã se chegou aos maiores avanços tecnológicos e da ciência, apesar da Idade Média e seus séculos de conhecimento sufocado pela ignorância religiosa. Este período do elemento ar, que se encontra em processo de recolhimento, lentamente cede lugar à chegada de uma nova era, tão decantada e anunciada.     

Nova Era — Elemento Terra 

Não se pode descrever com precisão algo que ainda não se manifestou por completo, mas muitas tradições falam de uma Idade de Ouro. O ouro é símbolo de terra, por ser nela encontrado, e a moeda é símbolo do domínio material. Por mais que se prometa uma avançada espiritualidade na nova era, é de se notar que a tendência natural é cada vez mais materialista, de acordo com o que representa o número 4: o corpo (matéria) tem maiores chances de viver mais longamente, todas as pessoas são identificadas por números de cartões e documentos, o dinheiro e as operações financeiras são uma realidade quase impossível de se manter à parte. Eu, pessoalmente, imagino que isto vá se estender e esticar até o ponto de saturação (limite) da própria matéria (terra), o que pode provocar uma crise que resgataria então, por bem ou por mal, valores básicos, essenciais, e de maior conexão com a natureza da qual veio a humanidade, mas com o conhecimento e domínio da matéria que teremos então conquistado. 


Os Números e os Elementos

O elemento de cada número revela muito da personalidade do mesmo. Assim como o número 1 é ligado ao fogo, o número 2 é ligado à água, o 3 é ligado ao ar e o 4, ligado à terra; da mesma forma, o número 5 é o segundo número de fogo, o número 6 é ligado à água, o 7 ao ar e o número 8 à terra; e de novo o número 9 vincula-se ao fogo... 

Se você quiser mergulhar na relação entre números e elementos, recomendo O Livro dos Números. Nele esta conexão é apresentada detalhadamente, em profundidade, com gráficos e tabelas explicativos.


O Livro dos Números também foi lançado na Alemanha, na Rússia e na República Tcheca.

   
Texto e fotos de Johann Heyss. Todos os direitos reservados.

11 de abr. de 2011

O número do Ano Pessoal

Vamos agora abordar a vibração numérica que rege o ano de cada indivíduo, e que se renova a cada aniversário.
   O Ano Pessoal nada mais é senão o Caminho do Destino em uma versão reduzida, voltada apenas para aquele ano específico. Este cálculo vem a ser o ponto de partida do chamado Mapa Numerológico Anual, cujo objetivo é analisar os potenciais de um indivíduo dentro do período de um ano. É possível tecer um paralelo entre o Mapa Numerológico Anual e o Trânsito Astrológico, já que o objetivo e a estrutura de ambos é bem semelhante – devidamente guardadas as diferenças entre o sistema numerológico e o astrológico. 
   Para calcular a vibração numérica para determinado ano, basta somar os números do dia e do mês do nascimento da pessoa ao número do ano em questão. Uma pessoa nascida em 11.12.1984 que deseje saber a vibração pessoal para o ano de 2005 deverá fazer a seguinte soma: 

11 + 12 + 2005 = 2028 = 12 = 3 

   Desta forma, 3 é a vibração do período de um ano para tal pessoa. Agora, atente para um detalhe importante: o Ano Pessoal começa no dia do aniversário e termina na véspera do aniversário seguinte. Portanto, o Ano Pessoal de 2005 deste indivíduo, cujo valor é 3, começa no dia 11 de dezembro de 2005 e termina no dia 10 de dezembro de 2006. Este aparente descompasso da vibração coletiva com a individual não possui nenhuma conotação qualitativa, não é boa nem má. Mas é importante perceber que, como se trata de um período pessoal de 12 meses, não coletivo, o campo de ação entre um aniversário e outro deve ser respeitado para que a análise seja correta. 
   Cada ano representa um momento no qual um determinado tipo de ação deve ser privilegiado. O senso daquilo que em inglês, se chama timing é fundamental para o sucesso na vida, em todos os campos. Tudo corre em ciclos, e o Ano Pessoal situa e analisa tais ciclos no âmbito pessoal através do Ano Pessoal. 
   Todos nós temos livre-arbítrio para tomar nossas decisões de acordo com nossas consciências e conveniências. O Ano Pessoal não pretende fazer previsões absolutas, mas sim situar o indivíduo para que ele possa optar agir em harmonia com seus próprios ciclos e fazer a coisa certa na hora certa. 
   Segue abaixo uma lista das características e indicações para cada Ano Pessoal representado pelos números elementares e mestres. Note que a origem destes números conta muito na análise do Ano Pessoal, e após se estar familiarizado com os números elementares e mestres, é fundamental se aprofundar no conhecimento dos tipos numéricos e analisar os números de origem. 



SUGESTÕES DE INTERPRETAÇÃO PARA O NÚMERO DO ANO PESSOAL 


Ano Pessoal 1 – Este é o início de um novo ciclo. A pessoa sente mais facilidade em se projetar em todos os campos, é momento de autopromoção, ainda que tomando cuidado para não parecer gabola ou arrogante demais, o que teria efeito contraproducente. Não se deve adiar nada, nem buscar a ajuda de segundos ou terceiros: se a ajuda for necessária, deve-se ir direto ao centro, ao líder, equilibrando autoconfiança e bom senso. O momento pede que a pessoa se coloque em primeiro lugar e siga a própria cabeça e os próprios métodos. Mas pessoas que já tem uma personalidade excessivamente agressiva e altiva devem evitar a degeneração destes traços em despotismo e egoísmo. 

Ano Pessoal 2 – Aqui é necessário “baixar a bola”, sair um pouco de cena, ir para os bastidores, escutar as impressões que se causou, adotar uma postura mais humilde e persuasiva, buscar as coisas de maneira indireta e sutil. Não é o momento para se impor nada, é preciso seguir as tendências gerais, evitar chamar a atenção demais. Ao invés de se buscar o líder, é preferível estreitar laços com a “eminência parda” que sempre existe. Momento de se pensar mais no parceiro, no amor, na vida conjugal ou mesmo naquela pessoa (amigo ou algo do tipo) que nos seja muito próximo. Enquanto no ano anterior a ideia era centrar-se no próprio ego, aqui a busca deve ser voltada ao outro. 

Ano Pessoal 3 – O momento é de expansão pessoal, diversão, comunicação. A ideia central é criar, seja em que campo ou de que forma for. Publicidade é bem-vinda, mas cuidado com a qualidade da mesma, pois o período facilita a transmissão de mensagens e ideias, sejam elas boas ou más, desejáveis ou não. É uma fase que favorece o convívio com crianças, jovens ou pessoas que tenham um espírito extremamente jovial e criativo, inclusive artistas e comunicadores profissionais em geral. As ideias devem ser aproveitadas, é um ano no qual ideias jorram em profusão. É preciso misturar trabalho e diversão, ver o trabalho de maneira mais lúdica e abordar a diversão de maneira a extrair vantagens da mesma, geralmente na forma de ideias. 

Ano Pessoal 4 – Ao contrário do período anterior, agora a hora é de trabalhar duro, arregaçar as mangas, enfrentar obrigações, cumprir nossas resoluções, fazer valer nossa palavra. Não é momento de fazer corpo mole nem de tirar férias, a tendência é que sempre apareça algo fator imperativo que nos conduz ao dever antes que ao ócio (eu que estou no momento vivendo um Ano 4 daqueles que o diga). Por outro lado, a tendência à estafa e à sensação de sobrecarga é muito forte e não deve ser levada a extremos: se esforce ao máximo, mas não extrapole os próprios limites. É o melhor momento para cuidar de questões burocráticas, mas por outro lado devem ser evitadas as mudanças, a não ser as mais essenciais e inevitáveis. Período positivo para firmar qualquer ação que venha sendo empreendida nos últimos três anos. 

Ano Pessoal 5 – Agora é hora de aceitar todas as mudanças, até mesmo provocar aquelas transformações que se deseja há muito tempo. Momento ideal para tirar férias, mas como naturalmente elas não duram pelo ano inteiro, é preciso ter senso de oportunidade (não oportunismo) para aproveitar as chances e caminhos que se abrem de maneira inesperada neste ano repleto de altos e baixos. A sexualidade e sede de realizar prazeres se encontram em alta, a libido está a todo gás, fazendo deste um período em que muitos “pulam a cerca” de um relacionamento monogâmico, ou mesmo uma fase de vários casos sem consequência para aqueles que não estão numa relação no momento. Há também uma busca por prazeres sensoriais que pode levar a abusos de substâncias e bebidas para aqueles que não sabem se controlar. Contudo, para aqueles que são mestres de si próprios, este ano é um período em que tudo é vivido com enorme prazer e alegria, sem culpas. Excelente fase para viagens e mudanças, mas péssimo para tomar decisões muito importantes – as quais, se inevitáveis, devem ser tomadas de maneira muito judiciosa. 

Ano Pessoal 6 – Este é um período perfeito para tomar decisões sensatas e acertadas. Há um grande senso de comunidade, a família ocupa um papel central nas questões em pauta neste ano. A pessoa é requisitada, solicitada, é preciso responder às expectativas emocionais daqueles que amamos. Contudo, é necessário também evitar armadilhas como chantagens emocionais, ciúmes ou super-dramatização. Todas as questões relacionadas ao lar e à família se mesclam ao relacionamento, ao trabalho, à espiritualidade e a qualquer outra esfera da vida do indivíduo. Tenha em mente que estar pronto a ajudar não é o mesmo que se imiscuir na vida dos outros e pregar conceitos moralistas. Ajude quando solicitado; quando não, mantenha sua posição. Excelente período para casamento e para a procriação. 

Ano Pessoal 7 – Durante este período de 12 meses a pessoa tende a se sentir mais isolada, mais solitária, extremamente introspectiva. Isto pode se transformar num momento de extrema reflexão e estudo, de maior enriquecimento mental, psicológico e espiritual; mas dependendo da pessoa pode também significar depressão, tristeza e melancolia. Não é necessário passar por este lado indesejável do arquétipo de 7 se o mesmo for direcionado para a busca do autoconhecimento. O estudo se dá naturalmente em reclusão, e é um mito se associar reclusão a depressão ou tristeza. Mantenha o foco e conseguirá grandes progressos espirituais e mentais, mas evite o isolamento total e absoluto, saia da toca de vez em quando para arejar. 

Ano Pessoal 8 – Após um período de aprofundamento na própria alma, nos próprios objetivos e necessidades, fica mais fácil trabalhar pela prosperidade e crescimento material. Muitas vezes somos erroneamente condicionados a colocar a busca material antes da busca espiritual e mental, e isto resulta em que muitos alcancem a prosperidade material e não sabem como lidar com ela por um absoluto vazio e despreparo interior. Este é o período em que a lei de causa e efeito se mostra de maneira mais evidente: seus créditos tendem a ser pagos, bem como seus débitos, descontados. Isto abrange muito mais do que a esfera financeira ou material, referindo também e, sobretudo, a resultados (concretos ou abstratos) de ações anteriores. 

Ano Pessoal 9 – Chegamos ao término do ciclo, no qual se deve finalizar (não só no sentido de dar fim, mas de aperfeiçoar e concluir) tudo o que se começou nos últimos oito anos. Há um mito de que no ano 9 não se deve começar nada, pois não seria momento indicado para estabelecer raízes firmes. Não é bem assim. De fato, é mais fácil concluir do que iniciar coisas neste período, mas mesmo assim, o que às vezes nos parece o início de um novo projeto de vida é na verdade a ponte para algo ainda melhor que viria a começar no ano seguinte... Durante este ano é preciso evitar o nervosismo e a impulsividade excessiva, apesar de que uma certa impulsividade e espontaneidade são não apenas necessárias como vantajosas. Tudo é uma questão de dose e equilíbrio. 

Ano Pessoal 11 – Algumas vezes a pessoa tem o Ano Pessoal 11 no lugar do Ano Pessoal 2. Quando isto acontece, ao invés de um descanso e uma desaceleração ocorre o contrário: todas as atribuições do ano 1 se colocam de maneira ainda mais imperativa, como uma continuação do ano 1. Acontece que o período 11 traz a chance de enormes avanços vindos da inspiração que se sente neste período, mas será preciso enfrentar a oposição ao novo e uma certa inveja daqueles que não estão num momento tão inspirado. A intuição está em alta, mas é preciso cuidado para não aceitar interferências que a desvirtuem. 

Ano Pessoal 22 – Algumas vezes a pessoa tem o Ano Pessoal 22 no lugar do Ano Pessoal 4. Isto significa que as obrigações, deveres, compromissos e trabalho típicos do ano 4 adquirem uma conotação mais profunda, mais importante e mais espiritual. É uma grande chance para se demonstrar a própria natureza, se mesquinha ou generosa. Fase de se pensar grande, mas pensar em larga escala e em termos comunitários, não individualistas – embora a comunidade só possa ser respeitada quando as individualidades o são primeiro. 

Textos e foto de Johann Heyss. Todos os direitos reservados.

10 de abr. de 2011

Números e o Destino


Uma das questões mais valorizadas em estudos de esoterismo é o futuro. Mas não o futuro que viria como fatalidade, e sim o futuro como resultado de nossas ações e intenções passadas e presentes. Não um futuro estanque, mas sim um futuro dinâmico e vinculado aos outros seres.
   Como já vimos aqui, o nome completo é a fonte de cálculos que geram análises sobre a personalidade do indivíduo, em seus aspectos mais íntimos e mais evidentes. Há vários outros cálculos que podem ser feitos em relação à personalidade, mas antes de se avançar nestes, é necessário abordar as tendências de destino da pessoa. Mas para tanto é preciso antes ter em mente o que de fato vem a ser o destino.

O que é o destino?

De acordo com o dicionário Houaiss, destino vem a ser “personalização da fatalidade a que supostamente estão sujeitas todas as pessoas e todas as coisas do mundo; sorte, fado, fortuna”; “tudo que é determinado pela providência ou pelas leis naturais; seqüência de fatos supostamente fatais; fatalidade”; “acontecimento (bom ou mau); fortuna, sorte, fado”; “o que há de vir, de acontecer; futuro”; “objetivo ou fim para o qual se reserva algo; destinação, serventia”; “resultado final; remate, termo”; “local aonde alguém vai; direção, destinação, meta, rumo”. Temos assim três conceitos básicos:
— o de sorte ou azar;
— o de rumo ou direção;
— e o de resultado natural.

A idéia de sorte ou azar é a mais popularizada no que diz respeito a destino, embora seja a mais errônea e fantasiosa. É este conceito que os chamados videntes assumem, ao prever de maneira inflexível o que seria um imutável futuro. Quanto a isto, é importante dizer: não existe futuro imutável. Posto isto, a conclusão inevitável é: não é possível fazer uma previsão exata de futuro. Ao menos não honestamente.

Para que serve a análise do destino no esoterismo?

A numerologia, bem como outras disciplinas esotéricas, busca antever, ou prever, os ciclos de cada pessoa, os quais indicam momentos favoráveis ou desfavoráveis para determinadas ações. Isto influi no destino e aborda o mesmo, mas é bem diferente de prever o destino em si. A diferença é simples: da mesma forma que o agricultor sabe que há estações favoráveis e outras desfavoráveis para determinados plantios, o estudante de esoterismo sabe que é possível prever o momento ideal de cada ação. Portanto, tomar determinada atitude num momento desfavorável é o mesmo que plantar morangos em alto verão: dificilmente funciona, e se funciona, o custo costuma não valer a pena.
   Portanto, assim como para os frutos e vegetais, a estação ou período no qual se toma uma atitude será um dos fatores mais importantes para seu sucesso ou fracasso. Tirar férias num período marcado pelo número 4, símbolo de trabalho, é ter praticamente certo que algum motivo ligado a trabalho, obrigações ou burocracia impedirá o aproveitamento pleno das férias. (Eu que estou vivendo um ano 4 no momento tenho muito a falar sobre isso, o que em breve será objeto de um post aqui no blog.) Da mesma forma, trabalhar num momento indicado para se relaxar geralmente resulta em trabalho mal-feito devido ao esgotamento de uma mente que precisa se reciclar e de um período de ócio e recomposição.
  O destino pode ser abordado no mapa numerológico natal, através do Caminho do Destino; e no mapa numerológico anual, através do Ano Pessoal
  Neste post abordaremos o Caminho do Destino, que representa o tipo de vida que a pessoa vive, a atmosfera externa de sua existência como um todo, o tipo de fatos e seres que naturalmente fazem parte da vida de um indivíduo, o tipo de situação recorrente etc. O próximo artigo desta série abordará o ano pessoal. Se a personalidade (interior, exterior e síntese) reflete quem é a pessoa, enquanto que o caminho do destino representa como vive a pessoa.

Como calcular o Caminho do Destino?

O cálculo do caminho do destino é extremamente simples. Basta somar os números do dia, do mês e do ano do nascimento. É importante ressaltar que os números devem ser somados em suas formas originais. Ou seja, uma pessoa nascida em 10.12.1960 deve ter seus números somados assim:

10 + 12 + 1960 =

1982 = 20 / 2 

Se a soma fosse feita com os números de nascimento reduzidos ( 1 + 3 + 7 ) o resultado seria 11, um resultado errado, já que é genérico, igualando as pessoas que nasceram em março e em dezembro (ambas com o mês 3, já que 12 seria reduzido a 3 também), o que naturalmente não é correto. Há diferenças evidentes entre nascer em dezembro ou março. O Caminho do Destino em questão é 2, cujo simbolismo é diferente do de 2, apesar de aparentado.

Características de cada caminho do destino

Vejamos agora uma lista de indicações do simbolismo de cada número elementar ou mestre para o caminho do destino. Ressalto que esta é uma das posições do mapa, que deve ser analisada dentro do contexto do mapa como um todo para fazer real sentido. É uma das mais importantes posições, contudo, e deve ser analisada em profundidade, e levando em consideração os números de origem.
   Observe que a personalidade é determinante quanto à qualidade da vivência do Caminho do Destino: é mais fácil para uma pessoa com síntese 5 viver um caminho do destino 1 do que para uma pessoa de síntese 2. Uma personalidade do tipo 2 naturalmente tem certa dificuldade de se encaixar às necessidades do caminho do destino 1. Esta dificuldade, contudo, não implica impossibilidade: isto depende de livre-arbítrio e força de vontade. 

Caminho do destino 1 — Pessoas que costumam se ver espontaneamente em posições de liderança nos ambientes em que se encontram. A vida lhes pede decisão e agilidade; devem ser independentes e não esperar que ninguém os ajude ou faça algo por eles: é atribuição dessas pessoas cumprir certos papéis e desempenhar funções de direção. Devem aprender, contudo, a delegar poderes e exercitar a humildade para não se deslumbrar com o poder e não agir de forma autoritária. Ambientes essencialmente masculinos. 

Caminho do destino 2 — Pessoas que nasceram para colaborar, para cooperar, para se deixar conduzir, mas também para influenciar de maneira sutil e não-evidente. A eminência parda. O fator oculto. Devem agir com discrição e não chamar muito a atenção sobre si, mas sem se tornarem excessivamente dependentes. Tendem a viver em ambientes femininos, acolhedores, ou com presença de muitas mulheres. 

Caminho do destino 3 — Pessoas que precisam estar no centro das atenções, mesmo que não necessariamente liderem ou comandem. Para eles, é importante comunicar e aparecer, este é o verdadeiro poder que almejam, o verdadeiro alvo. A vida lhes pede criatividade, adaptabilidade e sociabilidade. Tendem a habitar ambientes artísticos e com presença de crianças e jovens. As melhores coisas são aquelas que vêm do prazer, não da obrigação.

Caminho do destino 4 — Pessoas que naturalmente são “pau para toda obra”, muito resistentes e esforçados. Precisam lidar bem com rotina e restrições para conseguir alcançar seus objetivos. O caminho destas pessoas é reto, eventualmente maçante, mas com método e organização tudo pode ser alcançado. Costumam ter dificuldade em operar mudanças em sua vida, mas nada que uma boa dose de determinação não possa resolver. Estes são aqueles que nunca tiram férias e sempre têm de assumir (mesmo que a contragosto) as grandes responsabilidades. As coisas acontecem lentamente e a obrigação produz bons resultados.

Caminho do destino 5 — Pessoas que encontram com facilidade o lado mais divertido e aventureiro da vida. A existência destas pessoas é cheia de altos e baixos, mais do que a média, incluindo todo tipo de mudanças: de lugar, de hábitos, de trabalho, de companhia... É preciso saber apreciar o sabor das freqüentes mudanças de vento. É recomendável evitar tendências hedonistas, que podem alcançar o máximo de intensidade e futilidade sob a égide do arquétipo 5. É preciso liberdade, mas também é preciso conhecer os limites.

Caminho do destino 6 — A família é sempre uma questão central para quem vive este caminho do destino. Seja ou não uma personalidade mais ligada emocionalmente à sua família, a presença desta é constante em todas as instâncias de sua vida, tanto a família de origem como aquela que venha a criar. Isto pode ser sufocante ou reconfortante, dependendo de outros aspectos do mapa numerológico. Mas, de uma forma ou de outra, é necessário para este indivíduo saber equacionar bem o fator familiar em sua vida.

Caminho do destino 7 — Este caminho implica tendência natural a certa solidão, o que pode significar tanto isolamento depressivo quanto fecunda hibernação cíclica que rende frutos de pesquisa e trabalho solitário. Os pesquisadores, estudiosos, alguns tipos de artista, escritores, místicos e outros tipos de trabalhadores precisam de privacidade e retraimento para que possam conceber seus trabalhos. Devem, contudo, evitar uma clausura patológica, e reservar espaço para a vida afetiva – que só deslancha de fato quando é respeitada a necessidade de recomposição no isolamento. 

Caminho do destino 8 — A vida pede a estas pessoas que sejam ambiciosas e que galguem degraus progressivos em suas respectivas áreas de ação. É um caminho do destino que requer enorme senso de justiça, pois essas pessoas costumam despertar a atenção dos demais, muitas vezes sendo usadas como exemplos e/ou bodes expiatórios. O envolvimento com negócios, acordos, leis, justiça e dinheiro é constante e necessário. Devem tomar cuidado apenas para não se calcarem demais na matéria, lembrando que as leis são não só materiais mas também metafísicas. 

Caminho do destino 9 — Tendem a estar em contato com várias esferas da sociedade ao longo de sua vida, de travar contato com diferentes culturas e vivenciar situações distintas. Tudo acontece muito rápido e de repente. São pessoas que habitam uma posição muito visada e servem muitas vezes de modelo para outras. Devem estar dispostas a viver um ritmo de ininterrupto avanço e progresso, sabendo controlar a ansiedade que isto naturalmente desperta. . 

Caminho do destino 11 — Pessoas que nunca estão “definidas” ou encaixadas dentro de um determinado ambiente, pois não pertencem a nenhum em particular. Este caminho do destino traz uma grande tendência a fatos de natureza incomum, pessoas que se destacam por sua peculiaridade, ou que vivenciam a espiritualidade de maneira profunda e freqüentemente incompreendida. É preciso estar sempre um passo à frente do tempo para vivenciar em plenitude este caminho do destino. 

Caminho do destino 22 — Pessoas cujo destino inclui a superação de cargas e dificuldades fenomenais, mas cuja superação em si traz muitos fatos positivos, apesar do percurso sofrido. Muitas vezes se encontram em situações nas quais acabam tendo de fazer mais pelos outros do que para si mesmos, o que exige um ego desprendido, o que nem sempre é fácil ou possível. São pessoas que devem especialmente evitar o fanatismo religioso ou filosófico e tomar cuidado para não se deixarem diluir em egrégoras que as despersonalizem. O melhor que têm para aproveitar é sua enorme força e resistência, além de sua fina sensibilidade espiritual.

Texto de Johann Heyss. Não reproduza sem mencionar o autor e o blog.